Sob o tema “Alumiar – Ler e Criar com Energia”, a 15ª edição da Festa Literária de Pirenópolis celebra a força transformadora da arte, da leitura e da imaginação
Entre os dias 9 e 11 de outubro de 2025, a charmosa Pirenópolis (GO) se prepara para receber mais uma edição da FLIPIRI – Festa Literária de Pirenópolis, um dos eventos mais importantes da cena literária brasileira. Em sua 15ª edição, a festa chega com o tema “ALUMIAR – Ler e Criar com Energia”, celebrando a luz do conhecimento, a criatividade e o poder da arte de transformar.
Realizada pelo Instituto Casa de Autores (ICA), de Brasília, em parceria com a Prefeitura de Pirenópolis, a Caixa e o Governo Federal, a Flipiri é um encontro gratuito e aberto ao público, com atividades voltadas a leitores, escritores, professores, artistas e curiosos que desejam mergulhar no universo das palavras e das ideias.

Uma celebração que ilumina
A idealizadora do evento, Iris Borges, explica que o tema deste ano foi escolhido para despertar a energia criativa que existe em cada um:
“Acreditamos que a energia nasce das ações positivas, que impulsionam mudanças significativas. Nosso convite é para que cada participante desperte e potencialize sua força criativa, contribuindo para um mundo mais justo, humano e transformador.”
Inspirada por esse propósito, a Flipiri 2025 presta homenagens à escritora Roseana Murray, uma das vozes mais marcantes da literatura infantojuvenil brasileira, e ao escritor goiano Hugo de Carvalho Ramos, autor de Tropas e Boiadas, um clássico que retrata com delicadeza a vida e os costumes do interior de Goiás.
Roseana, com mais de 100 obras publicadas e prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, da APCA e da Academia Brasileira de Letras, abre a festa com a conferência “A luz que acende palavras”. Em suas falas, ela promete compartilhar um pouco de sua trajetória e do poder curativo da poesia — que, segundo ela, é “um olhar que ilumina o mundo”.
Uma cidade inteira tomada pela literatura
Durante três dias, Pirenópolis se transforma em um grande palco cultural. O centro histórico, tombado pelo IPHAN, abriga as principais atividades da festa em locais como o Theatro Sebastião Pompeo de Pina, a Casa de Câmara e Cadeia, o Um Café Bistrô, o Centro de Artes Ita e Alaor e o Salão Paroquial da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário.
Entre uma palestra e outra, o público é convidado a circular a pé pelas ruas de pedra, saborear a culinária goiana, conhecer as cachoeiras da região e se encantar com o cenário colonial — uma experiência literária que se mistura à beleza natural e arquitetônica de Pirenópolis.

O que vai acontecer na Flipiri 2025
A programação da Flipiri é extensa e plural, reunindo mais de 95 horas de atividades que unem literatura, música, artes visuais e convivência comunitária. Escritores de todo o Brasil participam de debates, palestras, lançamentos e apresentações. Entre os nomes confirmados estão João Anzanello Carrascoza, Manuel Filho, Leila Bortolazzi, Corina Campos, Lázaro Ribeiro, Hellen Vieira da Fonseca, Telma Lopes, Nilson Jaime, Pedro Gordilho, Adriana Santos, Lionizia Goyá e Gabriela Buonocore.
Quinta-feira, 9 de outubro: a luz se acende
A festa começa à tarde com a apresentação “Histórias no Palco”, protagonizada por alunos das escolas estaduais, no Salão Central Hugo de Carvalho Ramos. Logo em seguida, são abertas as exposições Passaredo, de Valdério Costa, e Goyatakuba, da artista Lionízia Goyá.
O tradicional Cortejo de Abertura, animado pelo Bloco Ipadê Maracatu Coepi, percorre o centro histórico e anuncia o início da Flipiri pelas ruas da cidade.
No Theatro Sebastião Pompeo de Pina, a tarde ganha vida com o espetáculo teatral “Maria Grampinho”, seguido por um encontro musical e literário sobre o Distrito Federal dos anos 1960, com Pedro Gordilho. À noite, a solenidade de abertura — “Alumiando a Flipiri 2025” — emociona o público, com mediação de Rose Costa, Régia Diniz e Liduína Bartholo.
O ponto alto do primeiro dia é a conferência “A Luz que Acende Palavras”, com a homenageada Roseana Murray, seguida do espetáculo teatral “Fale Baixo, Menina!” e do show da Banda Euterpe, que encerra o dia com música e celebração.
Sexta-feira, 10 de outubro: dias de diálogo e criação
O segundo dia começa animado no Theatro Sebastião Pompeo de Pina, com os espetáculos infantis “Par: Lendas e Cantos” e “Tricontando”, seguidos por uma roda de conversa sobre “Como construir cidades leitoras criativas e inclusivas”, reunindo educadores e especialistas.
Durante a tarde, o palco recebe as apresentações da Cia Boca do Lixo, debates sobre novas formas de contar histórias e uma homenagem ao legado literário de Hugo de Carvalho Ramos.
Ao entardecer, a mesa “Ligados pela Literatura”, com o escritor Manuel Filho, encerra a sequência de conversas antes do show musical com Kalango Duo e Eli.
Enquanto isso, na Casa de Câmara e Cadeia, acontecem reflexões sobre Bernardo Élis e o pré-lançamento do livro Pirenópolis Tem…, com recital em homenagem a Ita e Alaor, embalado por música e poesia.
No Salão Paroquial da Matriz, a sexta-feira é intensa: contações de histórias, rodas de conversa com Roseana Murray, debates sobre criatividade literária e adolescência, além da abertura da exposição “Caleidoscópio Pireneus”, que reúne 15 artistas locais sob curadoria de Ana Póvoas. A noite termina com show de Marcelo e Renato, celebrando a arte pirenopolina.
As oficinas no Centro de Artes Ita e Alaor e no Colégio Estadual Comendador Joaquim Alves movimentam professores e mediadores de leitura, com temas que vão da “Tríade Mágica entre livros, leitura e mediação” à “Arte de Ser Professor”.
No fim do dia, o Um Café Bistrô abre a exposição “Mulheres nas Labaredas de Si”, da artista Gabriela Coelho, fechando a sexta-feira em clima poético e inspirador.
Sábado, 11 de outubro: o encerramento luminoso
O último dia da Flipiri começa com uma caminhada histórica pelas ruas de Pirenópolis, guiada por Iris Borges e Márcia Áurea Oliveira, celebrando a relação da cidade com a literatura.
No Theatro Sebastião Pompeo de Pina, o público acompanha debates sobre memória e criação literária, uma roda de conversa sobre o mercado editorial, e apresentações teatrais como “As Quatro Estações”, com a Turma do Caracol.
À noite, os escritores João Anzanello Carrascoza e Maurício Melo conduzem a reflexão “Ler e Escrever: luzes e sombras da memória”, encerrando o ciclo de ideias. A solenidade de encerramento, intitulada “Caminhando, lendo e criando com energia”, prepara o público para o show final com Otávio Maciel e a atração nacional Roberta Campos, que apresenta o espetáculo “Coisas de Viver”.
Outros espaços também ganham vida: a Academia Pirenopolina de Letras promove uma sessão especial em homenagem ao acadêmico Luiz de Aquino Alves Neto, e no Salão Paroquial, escritores e artistas discutem a energia criadora na educação, o processo de leitura e criação do escritor e a força da ilustração nos livros.
O dia termina com o tradicional Show de Talentos, reunindo a comunidade, visitantes e artistas em uma celebração de encerramento que mistura emoção, aprendizado e alegria.

Flipiri Itinerante: a literatura nas escolas
Antes do início oficial da festa, a Flipiri Itinerante percorreu escolas urbanas e rurais de Pirenópolis, levando autores e mediadores de leitura diretamente aos estudantes. Foram mais de 6 mil alunos beneficiados, 358 professores envolvidos e 26 escolas participantes — números que demonstram o alcance do projeto.
A ação promoveu encontros transformadores, estimulando o gosto pela leitura e aproximando crianças, jovens e educadores do universo literário.
Quinze anos de luz e leitura
Criada em 2009 por Iris Borges, a Flipiri consolidou-se como uma das festas literárias mais queridas do Brasil. Em quinze anos de história, o evento já reuniu centenas de escritores, doou mais de 15 mil livros e inspirou gerações de leitores e professores.
Entre os homenageados de edições anteriores estão Cora Coralina, Luís Fernando Veríssimo, Inácio de Loyola Brandão, Elder Rocha Lima e Bernardo Élis, reafirmando o compromisso da festa com a valorização da literatura brasileira.
Para o futuro, o prefeito Nivaldo Melo revela o desejo de que a Flipiri cresça ainda mais, especialmente nas comemorações dos 300 anos de Pirenópolis, previstas para 2026/2027:
“É gratificante colher os frutos desse investimento. Queremos ampliar a Flipiri, pois ela já é parte da identidade cultural da cidade.”
Serviço – Flipiri 2025
📅 Data: 9 a 11 de outubro de 2025
📍 Local: Centro Histórico de Pirenópolis – GO
🎟️ Entrada gratuita
🌐 Transmissão online: redes sociais e canal do YouTube da Flipiri
🎭 Atividades: lançamentos de livros, palestras, contações de histórias, shows, exposições, oficinas e cortejo cultural
🔗 Site: www.flipiri.art.br
📸 Instagram: @flipiri.oficial
Coordenação executiva:
Márcia Lages
Produção executiva:
Gedson Oliveira e Claudia Feliz
Curadoria:
Mauricio Melo
Quando a leitura se transforma em luz
Mais do que um evento literário, a Flipiri 2025 é uma celebração da energia criativa que move pessoas e transforma lugares.
Entre palavras, canções e encontros, Pirenópolis se torna um farol de inspiração, provando que ler e criar é também um ato de amor, resistência e esperança.
E quando essa luz se acende, ela não se apaga — apenas se multiplica, alumiando todos os caminhos por onde a literatura passa.

